quarta-feira, 31 de julho de 2013

poema n° 7


O que é mexer-se por dentro,
Meu querido?
O que é a mão externa tocando
A dor por dentro?

Ah ouvidos esquivados no tempo,
Donde se alonga
Esta milonga na ponta dos dedos
E sem restos de medos?

O corpo se esfacela, alça-se em volteios
E nem sei do bem-querer...
Que ontem na mesa da cirurgia
Matei, matei, matei!

Ó parceiro que foste! – amor perdido:
Infinito.
Meu corpo dolorido
Infenso a tudo, meu deus, a todos!

Esta lembrança encravada
Que quase não cansa: perfura.
O amor que tinha:
Este meu corpo cortado.


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