domingo, 24 de junho de 2012

o gato



O gato cruza este espaço
(vai absorto
Curioso de si)
Justapõe a pata
                                  - cautelosa –
Sobre as marcas das garras
                                    - recolhidas –


Ele cuida
No paço que cruzo
                                   – alheia –
Sobre o do gato hirsuto
Ele guarda

Como se o tempo fosse amigo
E sob as nuvens em tormenta
Apenas água
Benfazeja água que dissolve o ácido
                                           - da laranja –
O torpor do sono
                                            - de depois do almoço –
E também a colherada de doce
                                            - de abóbora ou de leite? –

Como se o gato fosse
Aquele um que reparte
O quinhão de cada um.

terça-feira, 19 de junho de 2012

ilusão



Eu que já não tenho o coração
Puro
Salto ondas do mar

E se meus pensamentos já não soam
Leves
Incorro no equívoco de sempre:

Resvalo ao relento.
E se entre meus sonhos busco
Teu beijo
É em desespero
Em descrença profunda
De tudo o que um dia confiei.

Amar-te?
Isso será para sempre.