quinta-feira, 26 de setembro de 2013

poema n° 10



Um cachorro costumava saltar as pequenas lagoas do pátio
Onde morava
O cão e sua dona.

O cão e sua dona muitas vezes pela manhã redonda
Escondiam-se um do outro
No amor inexplicável.

No amor inexplicável indissoluto vibrante
A vida corria solta generosa
No peito do cão nos olhos da dona.

Mas um dia turvou-se-lhe a visão
E o peito do cão repentinamente estacou:
Ah dor tremenda! A dor horrenda!

A dona sem olhos, o cão sem peito
E o assassino brutal
Passeando suas ignomínias.



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