domingo, 6 de maio de 2012

a porta é verde



[Fernando Botero, leitora]

             A porta é verde 

Oh meu deus! Minha sensualidade...
Porém a tristeza em meus olhos quase cerrados
Quase cansados de tanto ler
Exortam à alma: - saia de mim!
Abusa de minhas carnes
Que quase não cabem em si.


A porta é verde
O livro é verde
Porém a parede é no contragosto
Feita de um alaranjado em cruz
E dentro das cruzes, pequenas,
Reencontro as palavras poéticas
Fugidas do pequeno volume
Em minha mão esquerda.


Ah meu deus esquecido de mim...
Só o livro me recebe
Só estas folhas distribuídas ao meio
Me sabem.


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