quarta-feira, 9 de maio de 2012

o lápis




     [este poema foi escrito para Aimée, e consta da série "poesia vária" ainda inacabada]



o traço do lápis te escapa
e tu ainda não sabes
como é eterno o traço negro do lápis!


pois  no debuxo que traças
entre dedos e palavras
soltam-se os espaços largos
em tuas imagens de mundo.


e se acaso te equivocas
entre uma idéia, uma cor,
aquela música que ouvias,
teus sentimentos de amor...
o lápis já na folha correu.


te apressas, eu sei, antes
 que o sol escalde os desejos;
ordenas, minha amiga indômita,
a extinção das marcas do teu sentir –
mas não podes, a borracha que usas
mais aclara teus segredos.
 

vê, no papel de lápis apagado,
entre os vincos do teu borrado,
lá no fundo da página branca,
restam traços marcados no tempo
e tu não podes romper as barreiras
que um cristalino de carbono
enodoou na vida que te refaz.




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