domingo, 20 de maio de 2012

poema n° 4



                                   IV



E os olivos desfolhados
Só se lhes vê o tubo branco
Por onde – coitados – erguem-se aos céus
- os céus de Espanha. 


Estão dispostos, os olivos,
Ao longo do tortuoso caminho
Entre Córdoba e Granada,
Entre mim ali e acolá. 


São pontas de folhas secas
Quase sem vigor
Ausentes da ensolação
Quase, dos pingos da chuva 


Pois os olivos – pobres – são
Torcidos, submetidos
Ao rigor da forma
Que o agricultor deseja 


- e dará seus frutos perfeitos?
Entubada a planta,
como poderá ser aquilo
para o que sabe ser?

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