Para compor o fim da tarde
É preciso recolher-se.
Guardar-se
Como material incandescente
Sobre as barreiras do tempo.
Mergulhar de temor despido
Quando se abre a porta
Da frente
E por entre todas as frestas
Ungido
Aportar com vento diverso.
Navegar pelos frios ares imensos
E no silêncio do ambiente úmido
Do salão
Pontilhado de pesado mobiliário
E panteão
Dispor-se a ser o seu mesmo reverso
Pois o gosto da leitura exige esforço
Abandonar-se noutra vida
Que não a sua
E ter corridas pelas mãos
Os enormes prazeres do outro mundo.
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